TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)

AUTISMO

É uma condição associada ao desenvolvimento neurológico que afeta a forma como uma pessoa percebe e interage com o mundo. O TEA é considerado um “espectro” porque engloba uma ampla gama de sintomas e níveis de gravidade. 

Pacientes com TEA podem apresentar desde dificuldades leves na comunicação até desafios significativos em seu dia a dia. As causas do TEA não são completamente compreendidas, mas acredita-se que uma combinação de fatores genéticos e ambientais contribua para o seu desenvolvimento.

Quais são os sintomas do Autismo?

Os sintomas do autismo são bastante variados e podem se manifestar em diferentes graus de intensidade. As principais áreas afetadas por pacientes com TEA incluem:

1. Comunicação: Dificuldade em se comunicar verbalmente. Algumas podem não falar (“não verbais”), enquanto outras podem ter uma linguagem avançada, mas dificuldade em manter conversas. Às vezes o paciente sabe o conteúdo da mensagem, mas tem dificuldade em expressar em palavras.

2. Interação Social: Dificuldade em entender e responder a interações sociais. Isso pode se manifestar na dificuldade em estabelecer e manter relacionamentos, interpretar expressões faciais ou entender normas sociais. Algumas crianças podem parecer desinteressadas em brincar com outras, enquanto outras podem demonstrar um desejo de interação, mas não saber como. No adulto pode haver uma dificuldade em estabelecer novos vínculos ou interagir com pessoas até então desconhecidas.

3. Comportamentos Repetitivos: Comportamentos como balançar, girar objetos ou seguir rotinas rígidas.

4. Inflexibilidade: É comum apresentarem comportamentos e rotinas engessadas. Não há flexibilização permitida por eles. Quando essas mudanças na rotina ocorrem, uma grande angústia pode acometer a pessoa.

5. Interesses Restritos: Interesses intensos e focados em tópicos específicos, muitas vezes dedicando grande parte do seu tempo a esses interesses.

6. Hipersensibilidade ou Hipossensibilidade Sensorial: Sensibilidade aumentada ou diminuída a estímulos sensoriais, como sons, luzes e texturas. Isso pode levar a reações intensas a estímulos que outras pessoas considerariam normais.

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DR. VICTOR CINTRA

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  • Médico pela UFMG
  • Especialista em Neurologia pelo HVC, BH
  • Membro da ABN (Academia Brasileira de Neurologia)
  • Pós Graduação em Neurociência pela PUC Campinas + PUC PR
  • Membro do corpo clínico de Neurologia de dois hospitais em Belo Horizonte
  • Professor/Preceptor de Neurologia do curso de Medicina da Faminas, BH.

Quais são os tipos de TEA?

Atualmente, o TEA é categorizado com base no nível de suporte necessário:

– Nível 1: Requer suporte, onde as dificuldades de comunicação e interação social são perceptíveis, mas a pessoa pode funcionar de forma independente em muitas situações.

– Nível 2: Requer suporte substancial, com dificuldades mais evidentes em comunicação e comportamento que afetam a vida cotidiana.

– Nível 3: Requer suporte muito substancial, onde a pessoa apresenta desafios significativos em comunicação e comportamento, exigindo ajuda contínua em várias áreas da vida.
Essas categorias ajudam a entender melhor as necessidades de cada indivíduo e a planejar intervenções adequadas.

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Como é feito o diagnóstico de TEA?

O diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) envolve a observação do comportamento atual e passado do paciente, além de informações de familiares e profissionais que convivem com ele. Às vezes, uma equipe multidisciplinar, com neurologistas, psicólogos, psiquiatras e terapeutas, pode ser necessária.

O processo pode começar com uma avaliação feita por um médico e/ou psicólogo especializado. É feita uma análise do histórico e comportamento do paciente, além de testes para identificar padrões específicos. Em alguns casos, uma Avaliação Neuropsicológica ajuda a entender melhor como o paciente pensa e reage.

O diagnóstico precoce é muito importante, pois começar o tratamento cedo pode trazer grandes melhorias, tanto para crianças quanto para adultos com TEA.

O tratamento do TEA é individualizado e pode envolver uma combinação de abordagens terapêuticas, educacionais e, em alguns casos, medicamentosas. As intervenções mais comuns incluem:

1. Terapia Comportamental: A Análise Comportamental Aplicada (ABA) é uma abordagem amplamente utilizada na pediatria que ensina habilidades sociais e de comunicação por meio de reforço positivo. Na idade adulta, a Terapia Cognitivo Comportamental (TCC) é uma estratégia fundamental.

2. Terapia Ocupacional: Ajuda os indivíduos a desenvolverem habilidades necessárias para a vida diária, como autocuidado e interação social.

3. Terapia Fonoaudiológica: Focada em melhorar as habilidades de comunicação, ajudando os indivíduos a desenvolverem a fala e a compreensão.

4. Educação Especializada: Programas educacionais adaptados que atendem às necessidades de aprendizado e desenvolvimento social dos alunos com TEA.

5. Medicamentos: Embora não existam medicamentos que tratem diretamente o autismo, alguns podem ser prescritos para gerenciar sintomas associados, como ansiedade ou hiperatividade.

O envolvimento da família e a colaboração entre profissionais são fundamentais para o sucesso do tratamento.

Diferenciar o TEA de outros transtornos do neurodesenvolvimento, como o Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) ou a Dislexia, pode ser desafiador devido à sobreposição de sintomas. No entanto, algumas características podem ajudar na diferenciação:

1. TDAH: Enquanto indivíduos com TDAH podem ter dificuldades de atenção e hiperatividade, eles geralmente não apresentam os desafios sociais e comportamentais característicos do TEA. Há porém uma alta taxa de comorbidade, ou seja, pacientes com TEA comumente apresentam também sinais e sintomas sugestivos de TDAH concomitante.

2. Dislexia: A dislexia é uma dificuldade específica de aprendizagem que afeta a leitura e a escrita, com foco em habilidades linguísticas. Indivíduos com dislexia podem ter habilidades sociais normais, ao contrário do que é frequentemente observado em pessoas com TEA.

3. Transtornos de Ansiedade: Embora a ansiedade possa coexistir com o autismo, os transtornos de ansiedade isolados não incluem os desafios de comunicação ou comportamentos repetitivos típicos do TEA.
Uma avaliação profissional abrangente é essencial para um diagnóstico preciso, garantindo que o indivíduo receba o suporte necessário para seu desenvolvimento e bem-estar.

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